quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A PROJEÇÃO (F.F.)


O texto “O Substituto dos Sonhos”, fala sobre a influência que o cinema exerce na vida das pessoas e o porquê delas buscarem esse tipo de espetáculo. Pelo fato da nossa existência ser desoladora, todos precisamos ter algo que nos faça esquecer, mesmo que temporariamente, esse vazio. Uma das opções para preencher esse vácuo pode ser o cinema que, através das imagens, mostra o que as pessoas têm desejo de presenciar. É uma verdadeira entrega. Uma entrega particular, numa sala escura. Os olhos atentos à projeção captam o que há de comum entre o espectador e aquelas imagens. Buscando uma identificação, buscando um refúgio para a alma. Para fugir da realidade vil que se contempla. É um sonho acordado. Um sonho que ludibria, que acalma, que emociona. Feito por pessoas, para pessoas – ambas sonham. É mais que sonho: é o substituto dos sonhos.
O texto me fez recordar um filme que retrata bem essa desolação do ser humano e a busca por algo que o preencha: “Beleza Americana”. Ele mostra várias pessoas insatisfeitas com seus trabalhos, com seus relacionamentos, com elas mesmas. Uma dessas pessoas é um garoto, de 18 anos, chamado Ricky Fitts, que vive carregando sua câmera e tem o hábito de filmar tudo o que lhe desperta interesse. Ele tem um pai durão e uma mãe desatenta, que não lhe dão atenção, e provavelmente esse vazio herdado em casa seja o catalisador para que ele queira registrar em vídeo tudo que poderia ser chamado de “vida” - e que o faça esquecer sua realidade penosa. Em uma parte do filme, ele leva sua namorada para assistir ao vídeo mais lindo que ele já filmou: um saco plástico vazio sendo arrastado por uma corrente de ar. Talvez ele se sentisse daquele jeito: um saco vazio sendo arrastado pela vida. Era a sua identificação.
A vida moderna exige muito do ser humano. Longas jornadas de trabalho, responsabilidades em casa, contas a pagar, problemas sociais. É estressante para qualquer um. É desolador, é vazio, é triste. O ser humano busca uma saída. E existem várias, o cinema é só uma delas. Uns optam pelo álcool, outros pela igreja, outros pelo futebol, outros pelo carnaval. O diferencial do cinema é que contém cenas carregadas com a essência da vida. Cenas marcantes, que podem dar um novo significado às particularidades de cada espectador. “Beleza Americana” consegue mostrar tudo isso de forma única e realista, fazendo com que até uma tragédia – a morte do personagem principal, Lester Burnham - seja interpretada de forma bela e redentora. É como se a vida fosse uma obra cinematográfica, e pudéssemos analisá-la de fora dela. Não é por acaso que a produtora do filme se chama Dreamworks.


Frederico Formiga

53 comentários:

  1. Muito bom e bem elaborado o texto ! Realmente o cinema pode ser uma saída para esse "vazio" que algumas pessoas carregam ! Parabéns Frederico Formida.. SHOW ....

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    1. Exatamente Bruno, uma saída, o título "A Projeção" faz referência à projeção do filme na tela como do que é abordado em psicologia como projeção, de vc se "projetar" em outra coisa, no caso nos personagens de uma história.

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  2. Essa abordagem é bem interessante, hj em dia o cinema está praticamente tomando conta da vida das pessoas, pois, está mt violento hj e as pessoas estão reclusas a suas residencias, então o cinema está kd vez mais presente e preenchendo esse vazio q é ver a vida da janela de kz.

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    1. Cara, eu mesmo posso falar por mim. Passo mais tempo em casa vendo filme do que saindo pra qualquer lugar. Antigamente os filmes eram muito censurados e depois passaram a ter liberdade de várias coisas. Por exemplo, não deixavam mostrar assalto à banco no cinema com medo de influenciarem... Não sei se também o cinema não projetou uma nova sociedade. Minha tia diz que até quando não havia beijo no cinema não se beijava na rua. Isso foi mudando assim...

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  3. Uma visão que fica no subconsciente, e normalmente não conseguimos enxergar. Pessoas com visão igual ao Frederico conseguem nos expor
    imagem de forma simples. Show!

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    1. Hahahaha isso foi muita inspiração que eu tive vendo o filme e depois lendo o texto. Na verdade, só olhei pro modo como eu me relaciono com o cinema e escrevi. SHOW!

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  4. Eu acredito que isso faz sentido, as pessoas sempre estão jogando seus vazios em cima de algo mesmo até mesmo em cima do trabalho, quantos não deixam a família e o lazer para se enviarem no trabalho e eu particularmente acho que o cinema é muitooooo melhor para preenchemos esse vazio ainda mais quando usamos o cinema (filmes, séries e até telenovelas-para alguns) para nos relacionar com outras pessoas como eu fiz com a série Lost através dela encontrei diversas pessoas que puderam debater longas teorias a respeito e disso formaram-se laços que provavelmente faltavam em suas vidas sociais ai buscaram na vida virtual, e, quando perguntamos todos tem saudades da série, mas ao meu ver não é da série mas dos momentos que ela proporcionou, pelo menos pra mim está claro isso, eu buscava isso, pessoas com as quais me identificava pois ambas gostavam da série e de discuti-la. Tem gente até que "copia" o cinema e alguns filmes e novelas para suas vidas tudo na tentativa de preencher esse vazio, agora tudo faz sentido, Obrigado Frederico Formiga por me explicar o porque de eu procurar tanto o cinema, porque o cinema nos deixa sonhar...cinema e livros também =D

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Lost foi realmente um marco na vida de muita gente, na época dos fóruns do Orkut então... Conheci muita gente legal inclusive você veio através de lá né... Acho que Lost é muito mais profundo pois vemos exatamente o que os personagens estão sentindo e pensando e o que influencia em suas ações. É uma coisa além do íntimo.

      E, de nada! Eu mesmo me perguntava às vezes porque gostava de alguns filmes que ninguém gosta.

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  5. Concordo plenamente com a ideia do Frederico. Beleza Americana é um ótimo filme e que nos faz refletir um pouco sobre esse vazio que nós temos. Achei bastante interessante e direto o texto. Show de bola!!!

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    1. Na verdade não tem nada de "beleza" no filme. É uma ironia extrema e uma crítica ácida que agradou e levou o Oscar de 99.

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  6. A linha que separa a arte da vida é tão tênue que muitas vezes elas se confundem. Tudo que é retratado nos filmes, novelas, seriados etc. faz parte da nossa vida de forma tão intíma que não conseguimos separar muitas vezes a realidade da ficção.Pois em determinado momento ela está retratando um fato similiar ao que estamos vivendo e em outros momentos retrata sentimentos que estão sendo vividos, desde as angustias e esperanças de uma vida diferente ou melhor.
    "A arte imita a vida ou será que a vida imita a arte" é uma máxima que nunca saberemos a resposta.

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    1. Sim, tá tudo interligado. Hoje mesmo tava vendo o programa da Fátima Bernardes e tava passando crianças dançando aquela música das Empreguetes. As crianças (na vida real) imitando a novela (ficção). Se pensassem que outras coisas também pode influenciar positivamente ou negativamente... Acho que falta uma consciência geral! Pra gente que fez comunicação, Luana, já temos uma noção melhor disso tudo.

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    2. É verdade o curso de comunicação me possibilitou enxergar os meios de comunicação de outra forma. Passei a ser mais crítica com as coisas que vejo, pis sei que tudo o que passa na televisão é construido para que a empresa obtenha lucro e com isso acaba condicionando o comportamento de quem assisti. Existe dois tipos de ver o que é colocado nos meios de comunicação de massa. Existem os espctadores passivos e os ativos. Os passivos são aqueles que simplesmente veem aquilo sem fazer nenhum tipo de critica ou reflexão sobre o que está assintindo e os ativos são aqueles que assistem tudo de forma critica e reflexiva. Hoje eu estou no campo do espectadore ativos, mas durante muito tempo fui uma espectadora passiva.

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    3. Um dia desses eu fui assistir a gravação daquele programa Amor e Sexo. Tudo muito superficial. O jeito que as câmeras focam, de que ângulo focam, a edição, o figurino... Tudo isso é montado pra nos ludibriar. Acaba a filmagem, acaba tudo. E a gente só vê aquilo feitinho na tv. Completa ilusão feita pra acreditarmos em uma vida menos entediante. O Pedro Cardoso foi no programa do Pedro Bial e soltou o verbo falando sobre isso... Outra coisa, tem vários filmes que falam sobre isso. O que dizer de "O Show de Truman"?

      Quando o Rodolfo saiu dos Raimundos, uma coisa que ele alegou foi que ele tava cansado de viver essa "farsa" de ser idolatrado. Até tem uma música que ele fez chamada "Horário Nobre" que fala disso explicitamente.

      É ruim de acreditar que muita gente acredita no que tá na tv como certo e absoluto, quando na verdade é uma ilusão que gostamos de acreditar.

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    4. Adorei o debate de vocês. Vou participar (rs). Eu pude acompanhar o programa da Fátima Bernardes hoje e vi as meninas dançando. Todo mundo achando muito bonitinho, muito fofinho, muito legal... De fato é bem engraçado e divertido ver as meninas brincando de serem famosas dançarinas, atrizes e tudo mais. Essa brincadeira é super saudável. Quem nunca fez isso? A questão é: até que ponto isso é válido? Quem deve controlar isso? A mídia? Os pais? Os professores (educadores)? E depois que essas crianças crescerem? Se elas ficarem "bitoladas", o que elas passaram a seus filhos? Não é uma questão simples, por isso é tão interessante de discutirmos.
      Agora (enquanto digitava esse texo), me veio a cabeça uma matéria que assisti na TV onde crianças participavam de concursos de miss. Crianças de 8, 7, 6 anos... Aprendendo a viver uma farsa. As meninas cansadas, exaustas no camarim, chorando, fazendo birra (coisa normal de criança)... Quando entravam no palco estavam com um sorriso nitidamente forçado! Me lembro que no dia seguinte choviam criticas sobre os pais dessas crianças, mas será que somos muito diferentes deles? Já que o Fred adora filmes, isso a gente pode ver no "Pequena Miss Sunshine"...

      Enfim, ótimo texto Fred!

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    5. Qual o problema de dizer pra uma criança que aquilo tudo é uma grande ilusão? Essa fase tudo parece ser tão simples e belo, quando a vida se revela depois uma coisa bem confusa e pesada. Inventamos até um Papai Noel pras crianças. Enfim, tudo uma grande balela.

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  7. Complementando o post de cima.
    Um filme que me faz refletir bastante é Jogos Mortais, pois retrata uma pessoa que queria viver a vida plenamente, mas descobre que tem uma grave doença enquanto outras pessoas tem vidas saudáveis e perfeitas desperdiçando a chance de ser feliz. Mas ele mesmo só passa a dar importância a vida no momento que ele percebe que a vida é algo tão efêmero, isso acontece no momento do diagnóstico da doença. Isso acontece porque para o ser humano a vida é algo que nós não paramos para analisar de forma periódica se estamos vivendo de forma plena ou melhor de forma que nos faça feliz, nós só paramos para pensar nela no momento que acontece fatos que podem mudar radicalmente nosso modo de viver (uma doença, acidente, perda de um ente querido e até mesmo a perda da condição financeira).
    È isso que eu vejo nos jogos mortais. Apesar da brutalidade com que isso nos é imposto pelo diretor e roteirista do filme, com cenas chocantes, mas ele nos traz para a realidade e nos faz pensar se estamos vivendo a nossa vida ou se estamos desperdiçando-a.
    Mas nunca podemos esquecer que o modo de viver não deve ser imposto. Temos que ter consciência de como desejamos viver e nesse caso utilizo a palavra viver com o sentindo de ser feliz da forma que nos mais saudável.

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    1. Jogos Mortais é um exemplo interessante. A gente vê ali que o assassino tinha uma intenção que, na mente dele, era boa. Um noticiário nunca abordaria isso dessa forma. Essa é o diferencial do cinema.

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    2. O cinema tem essa magia. Ele torna o belo feio enquanto o noticiário tem a finalidade de propor uma reflexão, mas de forma objetiva e o filme é algo subjetivo.

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    3. Fica a pergunta: as pessoas sabem diferenciar as notícias (verdade) da ficção (mentira) ou ainda da publicidade ("mentira aceita como verdade")? Ou seja, será que quando as pessoas assistem fazem essa diferenciação entre cinema, jornalismo e publicidade?

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    4. Em relação a noticia até isso eu duvido ultimamente vc liga em um canal diz morreram 5 no outro morreram 10 parece coisa de vizinha fofoqueira que sempre aumenta um pouquinho kkkk mas tudo bem até ai mas isso passou a fazer eu duvidar de certas coisas é muita informação desencontrada não sabemos mais em quem acreditar por isso prefiro sempre tirar minhas proprias conclusões e elaborar minhas proprias teorias porque se fomos ver a fundo nunca é 100% verdade sempre há um exagero para chamar o telespectador

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  8. "O texto me fez recordar um filme que retrata bem essa desolação do ser humano e a busca por algo que o preencha: “Beleza Americana”. Ele mostra várias pessoas insatisfeitas com seus trabalhos, com seus relacionamentos, com elas mesmas. Uma dessas pessoas é um garoto, de 18 anos, chamado Ricky Fitts, que vive carregando sua câmera e tem o hábito de filmar tudo o que lhe desperta interesse. (...) Em uma parte do filme, ele leva sua namorada para assistir ao vídeo mais lindo que ele já filmou: um saco plástico vazio sendo arrastado por uma corrente de ar. Talvez ele se sentisse daquele jeito: um saco vazio sendo arrastado pela vida. Era a sua identificação. (...)É desolador, é vazio, é triste."

    Gostei, muito bem escrito o texto.

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    1. Na câmera dele ele faz o "enquadramento" dele. O personagem principal no final pega uma foto e vê quando a família dele era "feliz"... Não sei se intencionalmente o escritor quis mostrar que a foto era apenas um "enquadramento"... Mas quando o Ricky vê o Lester morto ele fica olhando meio viajando em várias coisas ali baseado em tudo que ele observou sobre o cara.

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  9. Belo ponto de vista. Se bem que na minha humilde opinião, nem sempre o cinema é um "substituto de sonhos", uma fuga da realidade. Ao contrário. Citando o exemplo dado: Beleza Americana, por exemplo, expôs de maneira bastante visceral o cerne da sociedade americana oprimida pelo American Way of Life, em que o essencial é mostrar felicidade, realização, união familiar, mesmo que ela não exista de fato. Nesse caso, o cinema é um tapa na cara da sociedade. Nos traz de volta ao nosso lugar de ser social e vivente, nos faz refletir sobre o contexto social em que estamos inseridos.

    Já perdi a conta das vezes em que um filme me fez refletir sobre minha própria vida, sobre escolhas a serem feitas e, não só isso, sobre o lugar que ocupo na sociedade. Os filmes do Woody Allen, por exemplo, as vezes servem mais do que uma sessão de terapia. Enfim, só para dar o contraponto!

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    1. O que dizer de "A Rosa Púrpura do Cairo", no qual uma mulher viciada em filmes acaba vivendo um romance com o seu ídolo que sai da tela em plena projeção?

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  10. Muito bom o texto! Acredito que o cinema nos transporta para uma realidade alternativa. Eu quando assisto a um filme me transporto para a trama junto com o personagem. Me emociono junto com ele. O filme seria como um escape para uma vida onde tudo é possível. Temos a liberdade de amar tanto os mocinhos como os bandidos, o que seria visto com errado na vida real.

    O cinema nos deixa livre para criar e recriar histórias. Viver algo novo que jamais experimentaríamos em nossa vida cotidiana. Por isso que eu amo tanto o cinema..

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    1. É, Monique, se pararmos pra ver nossa vida "física" é muito sem graça: acorda, vai pra lá, vai pra cá, faz isso, faz aquilo, tarefas, tarefas, tarefas... Engarrafamento, filas, desgraças! (Aposto que você ficou cansada só de ler essas coisas...)

      E pelo cinema conseguimos ir pra um mundo com aliens, dinossauros, ficar perdidos em ilhas, entre outras coisas.

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  11. O cinema é tratado de maneira abstrata ou concreta (a sala de cinema mesmo)? Fiquei com essa dúvida quando vc se refere a ''uma sala escura'', tratando o cinema de maneira física. Vamos trabalhar com a primeira hipòtese. Sendo abstrata, o texto está perfeito. Bem pertinente, os filmes atuam muito bem na função de ''ópio do povo'', te leva para uma realidade diferente, te faz viajar, esquecer por 2 horas o mundo real. Particularmente falando, ver um filme que me agrada em cheio, è um desestressador e tanto! Em suma: ótimo texto, a idéia foi colocada de maneira clara.

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    1. "A sala escura" representa a solidão daquele momento. Seja assistindo em casa ou no cinema. Eu particularmente assisto alguns filmes no meu quarto e à noite quando tá tudo silêncio. Ali não tem distração e você pode pensar a vontade e se envolver com a história mais profundamente. Não é por coincidência que os filmes que eu assisto sozinho acabam sendo os meus preferidos. Experimenta assistir um filme sozinho e depois o mesmo filme com alguém, ainda comentando durante as cenas... Não é a mesma coisa.

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    2. Essa eu tenho que comentar (rs). Eu gosto de ver filmes sozinho. Mas as vezes é muito ruim. Já fui inúmeras vezes ao cinema sem ninguém. Concordo que é ótimo para você "se entregar" ao filme, mas as vezes é muito ruim. Me lmbro que uma vez eu fui à Maratona Odeon sozinho e assisti o filme "Mary and Max". Eu fiquei encantado e não tinha com quem comentar. E como o filme era pré-estréia, fiquei muito tempo sem ter com quem conversar sobre o filme! Foi triste! hahahaha

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    3. O problema de você comentar com alguém sobre um filme pode ser complicado também. Às vezes a pessoa não viu do jeito que você e fica aquela discussão sobre o filme que não vai levar a nada...

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    4. Ah eu gosto de discutir os filmes mesmo que a visão não foi a mesma é legal ver o filme sob outra perspectiva, também prefiro assistir acompanhada mas nada de falar durante o filme namorar então esquece kkkk

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  12. Eu tenho uma peculiaridade parecidíssima com a sua: prefiro ver filmes sozinhos e em silêncio. É como se eu tivesse degustando aquele momento. Fellipe com o Fellipe mesmo. Não à toa, sou avesso a cinemas. Cinema pra mim é programinha de casal pra quebrar a rotina e comer pipoca.

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    1. Hahahahaha essa foi boa. No caso, podemos concluir que o cinema seria quase como uma terapia?

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    2. Hahahahaha, particularmente falando, sim. Atua como um quebrador de rotina. Mas tem gente que gosta de cinema. É bem pessoal isso, acredito.

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    3. Eu adoro cinema! Até pra ir sozinho mesmo. Alguns cinemas nos proporcionam essa "solidão" que a gente busca para "degustarmos" o filme. Não deixa de ser uma quebra na rotina, o que torna o programa (à meu ver) melhor ainda.

      Viva a terapia cinéfila!!! hahaha

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    4. É aquela coisa... "É como se a vida fosse uma obra cinematográfica, e pudéssemos analisá-la de fora dela". Você se põe no lugar do personagem ou às vezes ele é tão parecido com vc que fica mais fácil. Que nem esse do Beleza Americana, me identifiquei com ele. Na verdade, com todos no filme, mas com ele mais!

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  13. Beleza Americana é mais que um filme , é a crônica do estilo de vida contemporâneo contemporâneo. Lá na frente a gente vai contar pros netos: a gente vivia assim!

    Quanto ao cinema em si ele pode ser entendido como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência e dando um significado único e diferente para cada obra.

    Meus sinceros parabéns ao escriba, e gostaria de ler outros textos!
    Saúde,sucesso e paz!
    [ ]'s

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    1. Hahaha Será que esse estilo de vida vai acabar um dia ou vai evoluir pra pior? Fica a questão. Talvez nossos netos vivam isso num nível beeeem mais nocivo. A tendência parece ser essa. Ou será que a sociedade vai acordar?

      Gostei do seu comentário! Sua definição de cinema.
      Valeu!

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  14. Se eu não tivesse cursado Letras na graduação, teria feito cinema com um prazer incomensurável. Adoro cinema. Adoro a arte na tela, seja no espaço público do cinema, seja em casa. Rodrigo, duas afirmações do seu texto são extremamente importantes e muito sensíveis: a primeira é que o ser humano tem um vazio e a segunda é que o cinema é uma das formas de preencher esse vazio. A importância e sensibilidade disso está no fato de se assumir essa carência de algo que nos falta - aqui lembra-se com retumbância da frase de Ferreira Gullar, quando ele diz com toda a certeza "que a arte existe, porque a vida não basta". E não basta mesmo! E é sensível, sobretudo, porque reconhece o cinema como APENAS uma das formas de se preencher esse vazio, dando lugar a outras possibilidades com valores paralelos. O texto é ótimo e maduro. A referência ao filme Beleza Americana é bem representativa. Falar de cinema é também falar da vida. Viva o cinema!!!

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  15. Obrigado... Só errou meu nome hahahaha Faz parte!

    Eu ainda pretendo fazer cinema ainda. Acho que você não deve desistir ou fazer algo ligado a isso. O filme Beleza Americana me chamou muita atenção quando vi, não entendi de cara tudo que ele tinha pra me passar... Mas aquele diálogo final do Lester narrando "Pode ser que você não entenda, mas um dia irá entender" me deixou encucado. Hoje eu sei o que é perfeitamente.

    O bom é que não precisou ninguém morrer, ninguém levar tiro pro filme acontecer. Kevin Spacey tá vivinho e fazendo muitos outros filmes nota 10.

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    1. De ondeeeeeeee eu tirei Rodrigo? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      É reflexo da idade :D
      Me desculpa rs

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Realmente...! Ótimo texto.
    Também acho que quando assistimos alguma coisa entramos em outro mundo... Um mundo criado pelo autor da história.
    Ali não importa se você foi ao cinema sozinho, com os amigos, com a sua vó... É outro mundo... Você não faz mais parte desta realidade.
    Nada melhor do que sair da sala de cinema e ficar pensando no filme pelo resto do dia. ^^

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    1. Isso aconteceu comigo num cinema do Centro do Rio de Janeiro chamado Palácio. Assisti vários filmes lá. Mas aí o cinema foi fechado. Uma pena!

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  18. "(...) Talvez ele se sentisse daquele jeito: um saco vazio sendo arrastado pela vida." É verdade. Parece um sonho dentro de um sonho (tem um filme com esse título também e é com o Anthony Hopkins.)A vida contada através das câmeras é sempre mais fascinante, o único problema são pessoas, que assim como eu, acham que a vida real tem que ser um filme. Mas o texto está muito bem escrito (nada do que vc já sabe). Também já falei que você é meu ídolo s2. E cinema é TUDO!

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  19. Adorei ler o post e os comentários! Li tudo! Muito bom ver e participar (mesmo que de forma passiva em alguns momentos) dessas discussões. Analogias a outros filmes, séries e até mesmo programas de televisão podem ser notadas nos comentários: A Rosa Púrpura do Cairo, Jogos Mortais, Pequena Miss Sunshine, Beleza Americana, Lost, Cheias de Charme... Engraçado, parece que não há lógica nessas referências, mas tudo faz sentido de acordo com cada ponto de vista.

    Agora me reservo ao direito de expressar meu ponto de vista (rs):

    O texto e todo o debate que ele proporcionou, me fez pensar muito em nossa sociedade. Na forma que vivemos, na forma que encaramos nossas vidas, nossos semelhantes, nossas tarefas diárias (trabalho, estudo...). Será que o ser humano precisa fugir de sua vida para sobreviver a ela? Quero dizer: Será que só conseguiremos encarar nossas vidas e os leões de cada dia, se dermos uma "fugidinha" de vez enquando? E será que ir ao cinema é a melhor opção de "fuga", ou isso é como tapar o sol com a peneira? O André lembrou muito bem a frase do Ferreira Gullar: "A arte existe, porque a vida não basta". As vezes me parece que isso é a grande resposta para a "bitolação humana". No meu modesto ponto de vista, o final do mundo se aproxima por esse viés: A BITOLAÇÃO. Qualquer forma de idolatria leva a bitolação (alienação). E quando as pessoas que compõem uma sociedade se tornam alienadas, fica muito mais fácil de controlá-las. Eu adorei o comentário da Gi (28 de setembro de 2012 08:02), e selecionei uma parte:

    "o cinema é muito melhor para preenchermos esse vazio, ainda mais quando usamos o cinema (filmes, séries e até telenovelas) para nos relacionar com outras pessoas como eu fiz com a série Lost. Através dela encontrei diversas pessoas que puderam debater longas teorias a respeito, e disso formaram-se laços que provavelmente faltavam em suas vidas sociais [...] todos tem saudades da série, mas à meu ver não é da série, mas dos momentos que ela proporcionou [...] Tem gente até que "copia" o cinema e alguns filmes e novelas para suas vidas. Tudo na tentativa de preencher esse vazio [...] O cinema nos deixa sonhar".

    Vira e mexe nós vemos concursos, encontros e reuniões de fãs de séries, desenhos (principalmente os japoneses)... Todos com fantasias mega produzidas, maquiagem e tudo mais... Quando vejo essas coisas, eu penso questiono: Nossa, como elas devem ver suas próprias vidas? Me parece muito claro que elas não estão satisfeitas com suas realidades. É como se os desenhos (nesses casos específicos) fossem essa válvula de escape.



    Enfim, acho que o que falta na vida das pessoas é carinho, amor, compreensão. As vezes sinto que as pessoas sentem falta dessas coisas. Sinto que a sociedade se tornou fria demais para elas (ou com elas). Por isso, qualquer um que ofereça um pouco de carinho, que chegue dizendo: "Sua vida está sofrida? Eu posso ajudar!" Fica muito próximo de conseguir conquistar a admiração daquela pessoa. Isso pode ser visto na religião.
    Está acontecendo um programa muito interessante no SBT: O Maior Brasileiro de Todos os Tempos. A proposta do programa é muito interessante (e válida) mas a supracitada bitolação causa em mim uma certa revolta (rs). O Bispo Edir Macedo ficou na 13° colocação, na frente de nomes como Hebert de Souza e Chico Mendes. Não sou contra nenhuma religião específica. Acho inclusive que todos necessitamos de um amparo para nossas almas, e que a religião é a melhor forma para encontrar esse conforto. Mas como disse antes, tudo tem limite.
    Estamos vivendo outro bom exemplop: época de eleições. É impressionante ver como alguns candidatos são tratados como heróis, como solução para todos os problemas. A sociedade parece procurar um herói, de um salvador. (Será que isso tem relação com os filmes? rsrs).

    É isso! Já falei demais! Fred, parabéns pelo post. Gerou uma discussão muito boa e saudável!

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  20. Estamos (refiro-me à humanidade inteira) sempre buscando caminhos para a vida que se impõe a nós. E não só eles, os caminhos, as alternativas à gama de questões que nos cercam, como a própria vida, são polissêmicos demais para que fiquemos presos a apenas uma coisa. Somos plurais. E ver as produções cinematográficas permitindo um desfolhar de possibilidades é encantador. Sinal de que há mais pessoas no mundo pensando, como nós, em direções que gerem algum contentamento.

    Obrigada por proporcionar essa reflexão, Frederico. E parabéns pelo debate que suscitou!

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